Estava há mais que uma década estudando na mesma escola, acreditava que aquela era a sua segunda casa, que os amigos e os professores eram parte da sua família. Mas estava no oitavo ano e a escola não tinha ensino médio, disponibilizava nono ano apenas a tarde. Havia estudado a vida toda pela manhã, estudar a tarde significava mudança, significava muito mais do que poderia processar.
Pesou todos o fatores e com grande tristeza preferiu mudar de escola. Preferiu ir para uma escola onde ninguém a conhecesse, mas não estava vendo por esse viés.
Acreditava que tinha amigos independente da escola onde estudasse, mas na verdade não os tinha. Tinha apenas a força dos bons encontros que sempre estariam com ela e a impulsionariam a continuar sendo espontânea e persistir. Tinha aqueles livros que a professora de português do oitavo ano colocou para leitura. Aquelas inspirações tão vívidas do que foi lido, ouvido, sentido. De escrever e ser lida. De ler e compartilhar com os outros. De ouvir "Metal contra as nuvens" e imergir num outro mundo.
Uma fé mesmo sem religião. Fé de poder amar e de se sentir amada (mesmo que por tempo determinado).
Mesmo que depois de 4 anos convivendo com aquela pessoa, ela lhe vire a cara ao passar por você na rua. Mesmo que você faça alguém de confidente e ele não lhe faça de confidente. Mesmo que você não reconheça aquela pessoa em quem você se espelhou a vida toda.
Chorando até sorrir.
Rindo até chorar.
Rindo até chorar.
Vivendo buscando vencer as perdas ou colecionar novas (querendo, sem querer).
Lutando para não temer demais.
Lutando para não temer demais.
Sentindo o coração pulsar.
Desejando encontrar mais pessoas que não restrinjam as suas vidas a julgar e por a culpa nos outros.
Desejando encontrar mais pessoas que não restrinjam as suas vidas a julgar e por a culpa nos outros.