Quando comecei a escrever acreditava que como a inspiração a escrita deveria ser espontânea. E assim escrevia com os sentimentos a flor da pele, adolescente. Algum dos poucos que leram as primeiras "poesias" ("desabafos"), perguntavam porque tamanha tristeza.
Fruto de minha timidez e compreensão do mundo, minhas palavras eram reflexo da minha fragilidade, ingenuidade, imaturidade e também foi através delas que pude me fortalecer e amadurecer. No papel a tristeza ficava explicita pois não sabia como lidar com ela de outra maneira. E durante o cotidiano ou as alegrias nem me passava pela cabeça sentar e escrever.
Hoje, a minha timidez nem parece mais existir, e opto por falar em vez de escrever sobre minhas tristezas, ou abordar explicitamente os meus sentimentos através da escrita, ao menos que a inspiração me arrebate de jeito. Dedico-me a escrever sobre o que observo, o que fotografo, o que lembro, o que me faz bem.
Ao longo dos anos luto para não deixar de registrar ao menos um percentual de tudo o que penso e vivo, pois escrever me faz bem. E ler os meus escritos me permite observar novamente o que foi importante, ou ter clareza do que não foi.
domingo, janeiro 20, 2013
quarta-feira, janeiro 09, 2013
Pensar, sentir e escrever
Ler o que pensava há alguns anos atrás, pode encarar como bobagem.
É bobagem mesmo, mas também é a maneira mais viável para o auto-conhecimento, mesmo que não substitua uma sessão de terapia.
Na verdade, comecei a transformar minhas agendas até então escolares em diários em 2002, se não me engano, mesmo ano que comecei a fazer terapia.
Só não lembro o que comecei primeiro, talvez depois leia o diário-agenda para saber.
Depois de revisitar, há alguns dias, meus antigos diários-agendas mesmo que rapidamente, reavalie a ideia de continuar fazendo registros do dia-a-dia.
Preciso registrar que estou registrando, ou que voltei a registrar.
Até pensei várias vezes em um diário virtual, mas isso sim parecia muito bobo.
Mas de fato escrever sobre o que penso e sinto é necessário, mesmo que não seja mais em um diário-agenda, pois era necessário buscar modificações ou amadurecimento.
É bobagem mesmo, mas também é a maneira mais viável para o auto-conhecimento, mesmo que não substitua uma sessão de terapia.
Na verdade, comecei a transformar minhas agendas até então escolares em diários em 2002, se não me engano, mesmo ano que comecei a fazer terapia.
Só não lembro o que comecei primeiro, talvez depois leia o diário-agenda para saber.
Depois de revisitar, há alguns dias, meus antigos diários-agendas mesmo que rapidamente, reavalie a ideia de continuar fazendo registros do dia-a-dia.
Preciso registrar que estou registrando, ou que voltei a registrar.
Até pensei várias vezes em um diário virtual, mas isso sim parecia muito bobo.
Mas de fato escrever sobre o que penso e sinto é necessário, mesmo que não seja mais em um diário-agenda, pois era necessário buscar modificações ou amadurecimento.
terça-feira, janeiro 01, 2013
Amigos fiéis
Não sei se era segunda ou sexta, sei apenas que era junho de 2006. Ao voltar para casa do estágio ou da UFAL, minha mãe me pediu para ir dar uma olhada no nosso cachorro. Abri a porta do terraço dos fundos e lá estava ele, nosso novo cachorro. Olhei para ele com medo.
Era nosso segundo cachorro, não criei vínculo com o primeiro que tive, fora sentir medo dele.
Ele ficou acuado de um lado e eu acuada do outro, até que seu choro me conquistou, e tentei consolá-lo. Aos poucos fui vencendo o meu medo, principalmente ao perceber que ele precisava de mim.
Depois de algumas tentativas de nomes, passou a atender por Polanski, Polanski Linklater Tarantino. Como um bom cãozinho, adorava arranjar alguma coisa para morder, caçar, brincar.
Coisa mais linda do mundo era a sua disposição de ficar olhando o movimento da casa por debaixo da janela. Só poderia ver o que estivesse no alto ou próximo da janela, e estava sempre atento para não perder quando qualquer um de nós o avistávamos de dentro de casa.
Amamos cada dia que compartilhamos com ele, em nossos meros seis meses de convivência.
Na passagem de ano de 31 de dezembro de 2006 para 01 de janeiro de 2007, Polanski fugiu de casa. Ouvimos um comentário de que ele ficou brincando aqui na porta de casa, até que ao partir pro asfalto foi atropelado. Uma vizinha o socorreu, mas ele não resistiu.
Percebemos sua ausência quando chegamos em casa do réveillon às seis da manhã, procuramos por ele pela vizinhança, pois não sabíamos do atropelamento. Chorei desde o primeiro momento que não o vi em casa. Ainda tentei descansar e acabei por sonhar com ele. Ao acordar, vi que minha mãe não tinha parado de procurá-lo, conseguir ler em sua expressão quando ela retornou que ele havia sido atropelado.
Foram muitas lágrimas, tantas quanto as alegrias que ele nos deu. Senti a sua ausência todo santo dia.
Dez meses depois decidimos abrir o coração para uma cadelinha, nossa Lollipop Ava Gardner, hoje com 5 anos.
Decidi registrar por aqui novamente, seis anos depois, porque depois de muito relutar, justamente hoje liguei a tv e assisti ao filme, Marley e eu.
Era nosso segundo cachorro, não criei vínculo com o primeiro que tive, fora sentir medo dele.
Ele ficou acuado de um lado e eu acuada do outro, até que seu choro me conquistou, e tentei consolá-lo. Aos poucos fui vencendo o meu medo, principalmente ao perceber que ele precisava de mim.
Depois de algumas tentativas de nomes, passou a atender por Polanski, Polanski Linklater Tarantino. Como um bom cãozinho, adorava arranjar alguma coisa para morder, caçar, brincar.
Coisa mais linda do mundo era a sua disposição de ficar olhando o movimento da casa por debaixo da janela. Só poderia ver o que estivesse no alto ou próximo da janela, e estava sempre atento para não perder quando qualquer um de nós o avistávamos de dentro de casa.
Amamos cada dia que compartilhamos com ele, em nossos meros seis meses de convivência.
Na passagem de ano de 31 de dezembro de 2006 para 01 de janeiro de 2007, Polanski fugiu de casa. Ouvimos um comentário de que ele ficou brincando aqui na porta de casa, até que ao partir pro asfalto foi atropelado. Uma vizinha o socorreu, mas ele não resistiu.
Percebemos sua ausência quando chegamos em casa do réveillon às seis da manhã, procuramos por ele pela vizinhança, pois não sabíamos do atropelamento. Chorei desde o primeiro momento que não o vi em casa. Ainda tentei descansar e acabei por sonhar com ele. Ao acordar, vi que minha mãe não tinha parado de procurá-lo, conseguir ler em sua expressão quando ela retornou que ele havia sido atropelado.
Foram muitas lágrimas, tantas quanto as alegrias que ele nos deu. Senti a sua ausência todo santo dia.
Dez meses depois decidimos abrir o coração para uma cadelinha, nossa Lollipop Ava Gardner, hoje com 5 anos.
Decidi registrar por aqui novamente, seis anos depois, porque depois de muito relutar, justamente hoje liguei a tv e assisti ao filme, Marley e eu.
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