Quando comecei a escrever acreditava que como a inspiração a escrita deveria ser espontânea. E assim escrevia com os sentimentos a flor da pele, adolescente. Algum dos poucos que leram as primeiras "poesias" ("desabafos"), perguntavam porque tamanha tristeza.
Fruto de minha timidez e compreensão do mundo, minhas palavras eram reflexo da minha fragilidade, ingenuidade, imaturidade e também foi através delas que pude me fortalecer e amadurecer. No papel a tristeza ficava explicita pois não sabia como lidar com ela de outra maneira. E durante o cotidiano ou as alegrias nem me passava pela cabeça sentar e escrever.
Hoje, a minha timidez nem parece mais existir, e opto por falar em vez de escrever sobre minhas tristezas, ou abordar explicitamente os meus sentimentos através da escrita, ao menos que a inspiração me arrebate de jeito. Dedico-me a escrever sobre o que observo, o que fotografo, o que lembro, o que me faz bem.
Ao longo dos anos luto para não deixar de registrar ao menos um percentual de tudo o que penso e vivo, pois escrever me faz bem. E ler os meus escritos me permite observar novamente o que foi importante, ou ter clareza do que não foi.
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