Me rodeio de estímulo para que eu me ame mais, há alguns anos, no entanto, esse caminho não estava bem traçado, nem bem reconhecido. Sim, falamos sobre amor próprio e autoestima, mas pouco nos apronfudamos sobre o que acontece quando ambos estão desequilibrados, seja para mais ou para menos.
Alguns podem afirmar: "Como assim? Já vivo cansade de ouvir as pessoas falando sobre si mesmas e vangloriando suas autoestimas.", o que não destoa do que estou afirmando, não é volume de conteúdo sobre um assunto que comprova o aprofundamento com que nos voltamos para este.
Aprofundamento implica em ter acesso a conteúdos que nos permitam assimilar o que estudos e pesquisas reuniram sobre amor próprio e autoestima. Assim como implica que estejamos comprometidos com a conexão, coragem, vulnerabilidade e empatia, cientes do que isso significa, não apenas com base no conceito dos dicionários ou sociais, mas nos conceitos alcançados pelas ciências humanas.
Nos conectamos profundamente enquanto escondemos a nossa vulnerabilidade? Acessamos nossa coragem sem acessar nossa vulnerabilidade? Como funciona a conexão sem a empatia? E o que muda quando nos conectamos com empatia e coragem?
Fui ensinada a me ver como uma pessoa covarde e frágil, uma vez que não era tão corajosa como as pessoas que naturalizavam muitas situações que me amedrontavam (entre elas os confrontos e conflitos), e porque não era muito hábil em esconder as minhas emoções (em especial o riso e o choro). Somava também que eu me guiava pela lógica de que se eu agia covardemente então eu não podia ser corajosa, e que se eu não escondia a minha vulnerabilidade então eu era vulnerável, e isso era ruim e condenável.
Também somava que o meu amor próprio e minha autoestima eram dependentes das outras pessoas, o que eu só consegui reconhecer e confrontar quando mergulhei nas pesquisas que Brené Brown difunde em seus livros. Se eu buscava permissão, então foi isso que eu consegui através da leitura dos livros de Brown, permissão de ser/estar covarde e corajosa, e de ser/estar vulnerável, sem isso implicar em ser/estar frágil ou condenada.
Carregava pesos, que me faziam me amar menos e acreditar que a minha estima era naturalmente baixa, e por isso só me cabia ser uma pessoa com baixa estima, já que eu não era merecedora de sucesso segundo os impiedosos padrões sociais.
Parte do que me faz retornar e escrever sobre autorreconhecimento é para desaguar o que aprendi e pela busca de seguir aprendendo. Todo dia recebo estímulos para focar em mim e para não focar em mim, e preciso escolher em que medida vou focar em mim e não vou. A pandemia me possibilitou focar mais em mim, estudar sobre sentimentos e aprender a investigar mais o que sinto, foi um aprendizado que escolhi aprofundar a ponto de levar como compromisso.
Você sabe o que acontece quando as pessoas se comprometem com o autorreconhecimento, autocuidado e com a autocompaixão?
É o que eu tenho buscado descobrir. E pode bater a crise de impostor ou síndrome de impostor, inclusive aqui enquanto escrevo: "poxa, será que vão achar que eu estou estimulando às pessoas a serem autocentradas e egoístas?". E aí eu me lembro que é justamente porque eu não consigo me descomprometer com a forma como as outras pessoas podem receber, sentir ou perceber as minhas escolhas, que eu não estou autocentrada, nem sendo egoísta, eu sigo buscando me amar para poder desaguar mais amor no mundo.
Para ser compassiva com as outras pessoas, preciso primeiro ser mais autocompassiva comigo mesma. E digo isso não só para as pessoas que lerem, mas para mim mesma, preciso lembrar disso frequentemente.
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