quarta-feira, abril 02, 2014
Educação
Escutei hoje no ônibus uma conversa sobre a qualidade da educação pública e como uma árvore, meu pensamento foi se emaranhando, na busca por respostas.
Um pai não conseguiu vaga para a filha em escola pública, optou então por uma escola particular, com a esperança de conseguir uma vaga na escola pública no ano que vem. Ouvi com surpresa ele comentar que no cotidiano do ano letivo do ensino público alagoano os alunos tinham sorte quando tinham ao menos uma aula por dia. E também que a educação pública era levada a sério em Pernambuco e Sergipe, mas não em nosso estado.
Lembro de quando estava na escola, como muito alunos também quis faltar ou não ir, mas lembro com muito mais vigor, de tudo que aprendi e do quanto desfrutei das experiências, que hoje são recordações preciosas.
Me entristece que seja translucido o descaso com a educação pública, e que essa não é, nem será a primeira nem última conversa com tom descrença.
Vi nos últimos anos alunos fora das salas de aula as 10 horas da manhã, aguardando o transporte pra ir pra casa. E ainda tenho dificuldade em digerir que um dia de aula seja cancelado por falta d'água ou pela ausência da merendeira.
E ao mesmo tempo também tenho vontade de colaborar para somar com a educação de alguma maneira. Gostaria muito de ver novos institutos surgirem por aqui, instituições e população assumirem as suas responsabilidades.
Mas por enquanto é só desejo e reflexões. Acredito na formação cultural, enquanto aluna sei que fui munida de conhecimento porque corria atrás dele sem titubear, minicurso atrás de minicurso. Hoje luto cotidianamente para dar estímulo e estrutura através do meu trabalho como analista em cultura, mas sei que ainda faço pouco.
Quero mais, e você?
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