Anna queria ser Marnie e Marnie queria ser Anna. Eu queria ser Anna, e fui, ao menos durante a sessão de As memórias de Marnie, de Hiromasa Yonebayashi.
Anna queria pertencer ao mundo normal, mas não sabia lidar com a tensão que esse pertencer a provocava. Sentia que não tinha família por ter sido adotada. Não dava valor ao que tinha por não ter maturidade para processar o que havia perdido (morte dos pais e avó).
A jornada de Anna em As memórias de Marnie parece uma busca pelo desconhecido e pela ilusão. Mas é o aflorar de suas angústias e pertencimentos.
Fiquei profundamente encantada com o amadurecimento da personagem e reafirmação de sua história de vida. Ao me render as lágrimas dialoguei com a perda e o amadurecimento de Anna e o meu.
Queria ser Anna para poder de alguma maneira lembrar e reencontrar a minha avó materna.
Senti que levei uma rasteira do filme enquanto soluçava e me debulhava em lágrimas, me fez reviver a minha maior perda, aquela que me faz falta há 28 anos e nunca chegou perto de ser substituída.
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