quarta-feira, junho 15, 2016

Plataforma de aprendizado


Dentro das ações que vivenciei na época que comecei a estudar fotografia, andar de trem foi (e é) uma das mais intensas. A primeira vez que fiz o trajeto Maceió-Lourenço Albuquerque também foi a primeira vez que andei de trem e que fotografei em um transporte ferroviário.

Para as pessoas habituadas a andar de trem, metrô e similares (mesmo andar de ônibus), dizer que andar num transporte público fotografando é uma experiência prazerosa e intensa pode parecer um absurdo. Mas para quem pouco anda em um determinado transporte (avião, ou outro), só o viajar é intenso e o fotografar pode ser bastante prazeroso. Inclusive para mim fotografar ao andar de ônibus é também intenso e prazeroso (o urbano principalmente que vai mais lento e para mais).

Rememorando as minhas poucas viagens de trem de Maceió a Rio Largo (Lourenço Albuquerque) visualizo como essa plataforma tem me proporcionado aprendizado. Quer por hoje reconhecer mais o trajeto, ou pelo que exercito e descubro fotograficamente.

Antes de voltar a andar de trem em 2014 (uma década depois da primeira vez que andei), não considerava associar reflexo com trem, mas já sabia o quanto poderia fotografar, baseado no tanto que não consegui das outras vezes que andei. 

Estava tão sem enxergar a possibilidade de associar trem e reflexo que a primeira associação que pude fazer foi por andar em um dia chuvoso e encontrar poças d'água em Rio Largo enquanto esperava pelo VLT. Ou quando levei os caleidoscópios e fiz fotos de reflexo através deles.
Ainda com dificuldade em associar reflexo e trem, hoje levei dvd, um espelho e um caleidoscópio, pois estava determinada a fazer fotos com reflexo. Foi mais produtivo do que imaginava e mais desafiador. O caleidoscópio nem usei, o dvd pareceu menos produtivo e me empenhei em fotografar com o espelho (já resgatando outra conexão um tanto esquecida).

No entanto, a grande revelação reflexiva no trajeto não foi através de nenhum das superfícies que levei, mas por conta das paredes do trem. Quando finalmente enxerguei os reflexo nela. Sim, já havia percebido possivelmente em outras viagens, mas nunca priorizei ou registrei com a sensibilidade de hoje.



E aí ficou a vontade de voltar sem todas as opções de superfície que levei para poder me dedicar só ao que for possível encontrar dentro do trem.

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