segunda-feira, novembro 28, 2011

Estradas em Alagoas: Não foi apenas um susto


Viajar a noite de carro por uma estrada estadual ou federal. 
Ação evitada por muitos para não correr riscos e não ter que dividir a estrada com caminhões e pessoas imprudentes. E quando você está sendo conduzida por uma pessoa imprudente, o que resta fazer?

O retorno para Maceió, a partir de Penedo só não foi completamente ruim porque estava com pessoas tranquilas e queridas, mas o nosso condutor estava com pressa para terminar a viagem. Estávamos no ônibus da UFAL, e pasmem que não era um ônibus velho, mas também não era um ônibus de viagem, não tinha banheiro e nem cadeiras reclináveis.
Tinha cinto de segurança e depois de tantos solavancos, precisei colocá-lo para não cair da cadeira.

Estávamos nos divertindo, cantando, resenhando, conversando, até que depois de umas duas horas e meia de viagem o ônibus que era conduzido sempre numa média de 80 a 100km/h, começou a reduzir a velocidade até parar sem explicação.

E eis que ele quebrou numa localidade bem deserta, ficamos cercados por canavial de um lado e do outro. Pouco tempo depois que o ônibus quebrou, uma ambulância parou para nos ajudar. Chegamos a empurrar o ônibus para que o motorista conseguisse ligá-lo, contudo ele continuou sem força para avançar no percurso.

Uma hora parados naquele deserto quando um carro sem explicação passou devagar pelo ônibus, posicionou-se a sua frente, engatou a ré e não acionou o freio, colidindo com a frente do ônibus. O pessoal que estava fora do ônibus entrou assustado e os que estavam dentro e sentiram o solavanco tentaram entender o que estava acontecendo. O carro partiu, deixando o medo e a insegurança em muitos dos que estavam no ônibus.

Na tentativa de nos acalmarmos veio a necessidade de buscar alguma segurança, daí começou nossas tentativas em acionar a polícia ou qualquer tipo de fiscalização que pudesse vir a nosso encontro naquele local deserto. Foi muito desolador passar uma hora ligando para o 190, e perguntando se aquele doido que bateu na frente do ônibus iria voltar ou qualquer outra coisa.

Tentamos 193, 194, 195. Números da polícia federal, números de contatos que nos passavam. Depois de uma hora tentando conseguimos contato com o 190, que nos informou que deveríamos pedir socorro a polícia rodoviária federal pelo 191, e por fim ficou claro que ninguém viria ao nosso encontro. 

Felizmente não sofremos mais nenhuma abordagem, contudo ficamos com a certeza de que a insegurança reina até quando buscamos por segurança.

Fomos buscados por duas vans da Ufal, mais de três horas depois que o ônibus, nos levaram pela curta estrada que faltava para Maceió.