terça-feira, novembro 12, 2019

Resposta a uma entrevista 26 de junho de 2019

Perguntas feitas por William Makaisy
  1.   Como uma das figuras femininas mais importantes para o cenário do audiovisual em Alagoas, como foi sua trajetória por essa área? (Dificuldades, inspirações etc.)
Realizei os meus primeiros filmes em 2008, o primeiro “Efernescer” é derivado das imagens que realizei para o documentário de Ivo Farias sobre os operários da Fábrica Carmen de Fernão Velho, resultado do meu encantamento pelo Luthier Cícero A. Simão. Realizei também nesse mesmo ano um documentário sobre Celso Brandão junto a Alice Jardim para ser exibido na Mostra que o Sesc Alagoas estava organizando com a obra desse cineasta.
Em 2009, Pedro da Rocha me incentivou a realizar um novo filme a partir de meu primeiro roteiro, montei uma equipe pela primeira vez e realizamos “Contos de Película” que foi exibido em 2009 na primeira edição da Mostra Sururu de Cinema Alagoano, “Celso Brandão” também.
Realizei “Cia do Chapéu” em 2010 que foi lançado na segunda edição da Mostra Sururu em 2011, e premiado como melhor montagem. Mas entre 2012 e 2016 não vi os meus registros como uma expressão cinematográfica, foi um momento em que absorvi muitas cobranças de como deveria ser o meu diálogo com o cinema, e o qual pude me libertar ao buscar compreender que não estava me fazendo bem ter que me adaptar aos padrões e cobranças.
Em 2010 e 2011 submeti projetos para as primeiras edições do edital de incentivo ao audiovisual alagoano realizado pela Secretaria de Cultura do Estado de Alagoas, depois não submeti mais.
Em 2016, participei dos minutos “Roupa Qualquer”, “Com-posíção” e “Filme do filme” realizados através do grupo de estudos de cinema do Sesc Alagoas, inspirado no Festival do Minuto, para onde os filmes foram encaminhados. Realizei outros filmes de um minuto para o Festival do Minuto.
Em 2017 voltei a ter um filme exibido na oitava edição Mostra Sururu de Cinema Alagoano, “Entrerio”, foi exibido fora da competição.
E entre 2017 e 2018, meu filme de 34 segundos “Outro Mar” que é uma animação feita em stop motion circulou por alguns eventos em outros estados.
A paixão pelo cinema e pelas histórias foram e são os meus incentivos. Sinto uma responsabilidade em ser considerada uma realizadora importante, uma cineasta, pois não enxergo o meu fazer audiovisual como uma busca pela profissionalização ou com ambição de me posicionar no mercado. O meu desejo é de experimentar, de expressar ou registrar o que sinto que não está sendo visibilizado.


  1. Li um pouco a respeito do Alagoar e sei da sua participação como idealizadora e coordenadora, mas queria que você me explicasse o quê te fez idealizar esse projeto e o quê ele se propõe a fazer.


O Alagoar surge do desejo de difundir a produção audiovisual que é realizada em Alagoas.
De um encantamento que teve início em 2003 quando o professor Almir Guilhermino me disse que eram feitos filmes em Alagoas e que havia um livro, Panorama do Cinema Alagoano que registrava os filmes realizados no Festival de Cinema de Penedo. Também do meu desejo de registrar e preservar a memória do cinema alagoano, que me incentivou a criar um catálogo da produção audiovisual alagoana como Trabalho de Conclusão de Curso em 2008.
A idealização do site surgiu em 2010, mas o site só tomou corpo em 2015 quando Amanda Duarte esteve a frente da direção de comunicação e me estimulou a pensar no formato, no conteúdo e nas dinâmicas de manutenção.
O site tem como proposta ser uma ferramenta pra difusão e preservação das ações e do conteúdo a respeito do audiovisual alagoano. Disponibilizamos informações sobre ações formativas, editais de incentivo, mostras e festivais alagoanos, produções audiovisuais alagoanos realizadas através de incentivo e independentes, críticas de filmes brasileiros, entrevistas, roteiros e outros.


  1. Tendo em vista seu tempo de trabalho no audiovisual em Alagoas, você enxerga que houve crescimento dessa área atualmente? Considerando como era quando você começou e como é agora.
É possível identificar um crescimento no cenário do audiovisual alagoano, quer através da inscrição de projetos nos editais de incentivo, através dos filmes independentes inscritos na Mostra Sururu, através das inscrições em ações formativas, até também no público que demonstra interesse ao ir as sessões de filmes alagoanos ou buscar mais informações.


  1. Li que atualmente você trabalha também como analista de cultura em audiovisual do SESC Alagoas e ministra oficinas de introdução a linguagem cinematográfica. A procura para esse tipo de oficina é grande?

    Realizei três edições da oficina Panorama do Cinema Alagoano pelo Sesc Alagoas em Maceió entre 2016 e 2018 e tivemos uma boa procura, o que também nos incentivou a realizar outras oficinas, entre elas a oficinas Diálogos Audiovisuais: Mulher que teve sua segunda edição realizada em 2019 reunindo uma média de duas dezenas de mulheres interessadas em trocar informações sobre a presença das mulheres no audiovisual.