segunda-feira, abril 28, 2014

(In)esperado carinho

E o começo daquele ano foi um recomeço em um novo colégio, um opção para melhorar a qualidade do ensino, que podia somar para que eu me centrasse mais nos estudos, mas multiplicou para uma melhor qualidade de vida, onde me vi repleta de amigos e imersa em um cotidiano surpreendente de alegrias e prazeres.

E o primeiro sinal desse novo tempo, já veio no primeiro dia de aula. E não sou de lembrar dos momentos exatos, mas lembro da sensação de estar recebendo uma atenção inesperada. Pois com naturalidade Lízia me recebeu toda sorridente, parecia até que já nos conhecíamos. Fui contagiada por aquela receptividade, que logo identifiquei também ao conhecer  Luana, pouco depois ao conhecer Lucas também.

Bom humor e carinho marcam as nossas recordações e ainda são traços de nossas amizades depois de 13 anos de convivência, e aqui registro o meu agradecimento e realização por ter vocês em minha vida.

quarta-feira, abril 23, 2014

Corrente=filme=linha

A minha vida é uma corrente, um filme, uma linha.

Adoro viver, tenho um imenso prazer em recordar os momentos vividos. Mesmo que implique em recordar do que eu não vivi ou de com quem não compartilhei, ou de que não compartilhei tanto quanto queria.

Compartilhar é uma palavra que me define, apesar de ter sido mimada, fui filha única por 8 anos e 11 meses. No entanto, assim que descobri o que era quis ter irmãos, amigos, preferia companhia, não me importava em dividir, fui aprendendo que era um prazer compartilhar. Até tive problema com a solidão, hoje não tenho tanto.

Em tempo, descobri que gostava de compartilhar a minha vida com quem assim aceitasse, ainda aprendo todos os dias sobre as escolhas, o aceitar e o não. Sofri e ainda sofro pelos que não aceitaram compartilhar em algum momento ou pelos que se distanciaram física ou existencialmente, por um breve ou não tão breve período.

Mas sou dominada por uma felicidade indescritível pelo que pude e posso viver com os que aceitaram e aceitam compartilhar, com aqueles que compartilham comigo um minuto de sua vida, uma hora, uma semana, uma década, ou desde que me conheço por gente até hoje.

Encho o meu coração de esperança e do desejo de multiplicar gestos, palavras, sentimentos, as coisas mais inimagináveis que podemos compartilhar.

sábado, abril 12, 2014

23

Já poderia estar formada, mas com 21 decidi ficar mais um ano na universidade, pela oportunidade de fazer parte de um projeto de pesquisa. 22, foi definitivamente um ano ímpar (2007). Tive a câmera na mão, explorei o campus, Fernão Velho, os acervos públicos de Maceió, Recife, São Paulo, Garanhuns, colhi relatos e informações e construí o meu Trabalho de Conclusão de Curso.

23, dois meses de formada, sem sair do lugar. Sabia que não seria jornalista (apenas por formação). Queria trabalhar com produção cultural, mas nem sabia por onde começar. E quando finalmente pude tentar não tive um bom desempenho logo de cara, a inexperiência me deu uma pisa. Comecei a aprender a ser gestora de conteúdo online, não fazia ideia de como me tornar uma boa profissional. Com 24, comecei a fazer pós-graduação e a ter um pouco mais de maturidade, mas para isso foi importante toda a incerteza e imaturidade dos 23.

quarta-feira, abril 02, 2014

Educação


Escutei hoje no ônibus uma conversa sobre a qualidade da educação pública e como uma árvore, meu pensamento foi se emaranhando, na busca por respostas.

Um pai não conseguiu vaga para a filha em escola pública, optou então por uma escola particular, com a esperança de conseguir uma vaga na escola pública no ano que vem. Ouvi com surpresa ele comentar que no cotidiano do ano letivo do ensino público alagoano os alunos tinham sorte quando tinham ao menos uma aula por dia. E também que a educação pública era levada a sério em Pernambuco e Sergipe, mas não em nosso estado.

Lembro de quando estava na escola, como muito alunos também quis faltar ou não ir, mas lembro com muito mais vigor, de tudo que aprendi e do quanto desfrutei das experiências, que hoje são recordações preciosas.

Me entristece que seja translucido o descaso com a educação pública, e que essa não é, nem será a primeira nem última conversa com tom descrença.

Vi nos últimos anos alunos fora das salas de aula as 10 horas da manhã, aguardando o transporte pra ir pra casa. E ainda tenho dificuldade em digerir que um dia de aula seja cancelado por falta d'água ou pela ausência da merendeira.

E ao mesmo tempo também tenho vontade de colaborar para somar com a educação de alguma maneira. Gostaria muito de ver novos institutos surgirem por aqui, instituições e população assumirem as suas responsabilidades.

Mas por enquanto é só desejo e reflexões. Acredito na formação cultural, enquanto aluna sei que fui munida de conhecimento porque corria atrás dele sem titubear, minicurso atrás de minicurso. Hoje luto cotidianamente para dar estímulo e estrutura através do meu trabalho como analista em cultura, mas sei que ainda faço pouco.

Quero mais, e você?