domingo, maio 06, 2012

Não quero tapioca

Era a primeira vez que Caio sentia o cheiro de uma tapioca.
Teve momentos em que ouvira seus pais falarem ou comerem tapioca em sua casa, mas o cheiro só ficou marcado em sua memória ao ver a tapioca sendo feita naquele momento.
Estava na praia com seus pais e aguardava o seu pedido ficar pronto. Ao ver tantas opções de sabores, ficou confuso e acabou pedindo o sabor tradicional tapioca com coco e queijo. Seu pai pediu uma tapioca mista e sua mãe uma tapioca de quatro queijos. O primeiro cheiro que alcançou as narinas de Caio foi a da tapioca de quatro queijos, abriu o seu apetite. Quando sentiu o cheiro da tapioca de presunto, teve certeza que ela também teria sido uma boa escolha. Foi mais difícil de reconhecer o cheiro de sua tapioca tradicional, pois não era tão forte, nem conseguiu incentivar mais o seu apetite depois dos cheiros anteriores.
E eis que quando recebeu sua tapioca e foi experimentá-la, só conseguia pensar nos outros sabores. Estranhou o gosto do coco e mal comeu a primeira metade de sua tapioca. Acabou por tomar todo a primeira e a segunda lata de refrigerante, não quis pedir outra tapioca, ficou abusado e pediu para ir embora para casa.
Seus pais ofereceram suas tapiocas, mas Caio sentia-se enjoado. A atração despertada pelos cheiros transformou-se em mal estar. Seu pai perguntou o que ele estava sentindo, ele disse que não estava com fome, que não queria mais nem refrigerante.
Ao ver que a mãe terminou de comer sua tapioca, Caio sentou no seu colo. Sua mãe conferiu sua testa para ver se ele estava com febre, perguntou se a garganta doía, ele apenas acenou negativamente com a cabeça.
No carro, Caio dormiu um pouco e assim que o carro parou em casa o mal estar reapareceu e só foi embora depois que ele vomitou.  

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